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Chacinas no Rio: O Espelho da Sociedade Brasileira e a Resposta que Vem da Base

No Brasil, a agressão não é acidental; é uma estratégia. Massacres como a megaoperação policial que atingiu o Complexo do Alemão e da Penha no final de outubro de 2025, deixando um rastro de mais de 130 mortes (o maior da história do Rio), e cuja luta por responsabilização dominou a última semana, expõem a face mais brutal do racismo estrutural. É urgente perguntar: Por que a vida dos jovens negros e pobres vale tão pouco?

A reportagem sobre os corpos encontrados após a megaoperação e o protesto dos moradores mostram a dor imediata. A impunidade e o silêncio perante estes eventos demonstram uma sociedade que, por omissão, valida a prática de extermínio nas periferias.

A Injustiça Que Se Paga Com Vidas

O caráter injusto destas ações reside na desvalorização crônica da vida. O direito à vida é negado aos moradores das favelas, onde a força policial opera sob lógica de guerra, desrespeitando as regras de restrição do STF na ADPF 635 e os Direitos Humanos.

Este padrão tem consequências diretas para o pacto social:

  • Vidas Marginalizadas Descartáveis: A indiferença demonstra que a existência nas margens é um custo aceitável na manutenção de uma “ordem” desigual e racista.
  • Corrosão Social: A aceitação deste nível de brutalidade nas favelas enfraquece a democracia e alimenta o ciclo de impunidade para todos os brasileiros. Para aprofundar, o relatório da ARTIGO 19 detalha a falta de transparência na segurança pública e sua relação com violações de direitos humanos.

O Terror das Milícias e o Governo Falido

A realidade fluminense é duplamente complexa pela presença das organizações paramilitares, grupos formados por agentes de segurança (ou ex-agentes). Esta simbiose entre crime organizado e poder público cria uma zona cinzenta de coerção institucionalizada.

A expansão destes grupos, que negociam território e controlam serviços básicos, evidencia um governo falido que não somente terceiriza o uso da força, mas, muitas vezes, participa dele ativamente. O enfrentamento a estas organizações é indissociável da batalha por Transparência na Segurança Pública (Lei de Acesso à Informação).


A Resposta Essencial: A Força da Ação de Base

Diante do terrorismo de Estado, a única força de resistência consistente vem dos grupos comunitários e das organizações de base, transformando o luto em resistência:


O Que Fazer? Suporte e Ação Cidadã

A brutalidade estatal deixa traumas profundos. O suporte à saúde mental é uma necessidade urgente nas comunidades:

  1. Buscar Ajuda Especializada: A Defensoria Pública do RJ oferece auxílio jurídico e psicossocial. Organizações como Psicólogos Sem Fronteiras também disponibilizam atendimento gratuito e humanitário. Para o serviço público municipal, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são a porta de entrada para crises.
  2. Reforçar a Base: A mudança exige a persistência de quem está no chão da favela.

Convidamos você: Apoie e amplifique a atuação das organizações na linha de frente. A transformação virá da pressão e da articulação da base da sociedade brasileira.


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